segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Mosca parasitária envolvida no Síndrome do Colapso de Colmeias

Estudo dá novas pistas sobre o acentuado desaparecimento das abelhas domésticas

2012-01-05

 
Fêmea da 'Apocephalus borealis' (A) deposita dos ovos no abdómen da abelha (B) e a larva sai pela junção entre tórax e abdómen (C)


A população das abelhas produtoras de mel (da espécie Apis mellifera) tem decaído acentuadamente desde 2006 na América do Norte e na Europa. Uma descoberta feita agora por investigadores da Universidade Estatal de São Francisco (EUA) pode agora ajudar a esclarecer o que se está a passar.
Este fenómeno, Síndrome do Colapso de Colmeias (Colony Collapse Disorder, CCD), pode estar associado à mosca parasitária Apocephalus borealis. Esta mosca é conhecida por parasitar  abelhas do género Bombus e vespas. No entanto, foi registado que andam a parasitar a abelha do mel, pelos menos nos estados da Califórnia e Dakota do Sul.

Um dos primeiros sintomas do CCD é o abandono das colmeias. Os cientistas descobriram que a mosca parasitária injecta os seus ovos na abelha provocando-lha a morte, isto depois de a transformar numa espécie de zombie.
No estudo publicado na «PLos ONE», que tem como autor principal Andrew Core, do Departamento de Biologia da Universidade estatal de São Francisco, os cientistas explicam que depois do encontro com o parasita, as abelhas ficam desorientadas e abandonam as colmeias, voando em círculos. Quando estão já muito débeis, ficam incapazes de se mexer e depois morrem. Sete dias depois da morte, as larvas saem do corpo.
Até agora, o fenómeno foi localizado apenas na Califórnia e em Dakota do Sul. No entanto, devido à comercialização de abelhas entre estados, é possível que se possa espalhar. Os investigadores adiantam que as abelhas que saem da colmeia durante a noite têm mais probabilidades de se encontrarem com aqueles parasitas.
Os testes genéticos que se fizeram nas colmeias que sofreram deste problema mostraram que em muitos casos tanto abelhas como moscas estavam infectadas com um vírus (Deformed wing virus, DWV)  e um fungo, o Nosema ceranae. Tanto um como outro têm já sido associados à CCD. Os investigadores interrogam-se se as moscas não estarão a servir de transmissores destes patogénicos.
O CCD não está só a preocupar os produtores de mel. O papel das abelhas nos ecossistemas é essencial devido à sua acção polinizadora. Sem esta é praticamente impossível manter a maioria das culturas hortícolas e preservar a diversidade de espécies.


In: http://www.cienciahoje.pt

2 comentários:

  1. Parabéns pela notícia. Mais uma achega para a nossa preparação futura.

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  2. Saubações apícolas !

    Sobre o tema do SDC / CCD, recomendo a leitura de:

    http://www.plosone.org/article/info:doi/10.1371/journal.pone.0013181

    Ou seja outro artigo bem fundamentado sobre o assunto, embora com premissas um pouco diferentes.

    Um abraço,
    Abelhasah.

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