segunda-feira, 2 de abril de 2012

Pesticidas....


Pesticidas estão a atingir os números de Abelhas-rainha e a mobilidade das abelhas

Alguns insecticidas utilizados regularmente estão a reduzir drasticamente as Abelhas-rainha nas colmeias em mais de uma centena de países.

As populações de abelhas têm sofrido declínios preocupantes em resultado de diversos problemas que têm vindo a ser averiguados e discutidos, mas muitos acreditam que os pesticidas são um problema muito significativo.
Um grupo de investigação no Reino Unido e França sugere, através de um recente estudo, sugere que insecticidas comuns estão a danificar a capacidade de mobilidade das abelhas e a reduzir os números de Abelhas-rainha. Este estudo abordou o efeito dos neonicotinoides, uma classe de insecticidas utilizada nos campos agrícolas e jardins, em mais de 100 países.
Os resultados indicam que estes insecticidas são responsáveis pela quebra de 85% na produção de Abelhas-rainha e que as colmeias ficam com uma produtividade limitada devido à perda de capacidade de mobilidade das abelhas. Este trabalho indica ainda que o declínio das populações de abelhas está a reduzir a produtividade das culturas em muitos países, com elevados prejuízos económicos.
Estes insecticidas são frequentemente aplicados directamente nas sementes e ficam presentes nas plantas ao longo do seu desenvolvimento, acabando por entrar no pólen e no néctar que as abelhas recolhem, sendo assim que são afectadas.
Fonte: BBC

Por Nuno Leitão (02-04-2012) 
em http://naturlink.sapo.pt/Noticias/Noticias/content/Pesticidas-estao-a-atingir-os-numeros-de-Abelhas-rainha-e-a-mobilidade-das-abelhas

1 comentário:

  1. Os neonicotinoides parecem estar envolvidos.
    Mas serão apenas eles ?
    Ao longo da história não é a primeira vez que isto acontece.
    Quando se fala de SDC ou CCD vêm sempre à memória dois títulos do nosso saudoso amigo, o Exº. Sr. Engº. Vasco Correia Paixão.
    O primeiro, o título de um artigo que escreveu no jornal “As Abelhas” – “Velhas Doenças, Causas Novas”. O segundo, o de um tema da sua formidável obra “Manual do Apicultor”, do capítulo da patologia – “Doença do Sumiço Outonal”.
    Neste, refere o Sr. Eng. Correia Paixão, o aparecimento no vale da Califórnia de uma doença de origem desconhecida rotulada de “colapso outonal" ou “sumiço outonal” e de uma similar no Brasil com grande mortandade no Outono, atribuída ao pólen de certas plantas ou à essência de eucalipto.
    Parecem haver episódios recorrentes , ao longo de mais de cem anos, deste tipo de situações, atribuindo-se a esta ou aquela, a causa que na época parece mais provável.
    O primeiro registo do misterioso desaparecimento de abelhas remonta a 1869 e, desde essa altura mais ou menos por todo o mundo vão havendo relatos de estranhos desaparecimentos de abelhas em larga escala.
    Em 1891 e 1896, surtos de desaparecimento de abelhas ocorreram no Colorado. Por terem ocorrido em Maio, foram apelidados de “mal de Maio”.
    Em 1915 e 1930 ocorreram novos desaparecimentos de abelhas em estados americanos, assim como em 1963/4, milhares de colónias morreram de causas desconhecidas.
    O termo “doença do desaparecimento ou do sumiço “ aparece em 1970 com nova vaga de morte de colmeias.
    Esta situação não se limita aos EUA. Também a Austrália tem registos desta situação desde 1872 e em França em 1995 são relatados episódios semelhantes.
    Até à actualidade, a situação mais conhecida foi a verificada em Inglaterra, no início do século XX, altura em que 90% das suas abelhas desapareceram aparentemente com início na ilha de Wight. Foi uma gigantesca hecatombe que ficou conhecida como “mal da ilha de Wight”. Ao contrário do que acontece hoje em dia , as abelhas não desapareciam longe da colmeia mas amontoavam-se à sua frente , rastejando, incapazes de voar. Em 1912, os investigadores da Universidade de Cambridge, atribuíram a causa a um micro-organismo que encontraram no tubo digestivo das abelhas – Nosema apis. Alguns anos mais tarde, John Rennie identificou nas mesmas abelhas outro parasita – um ácaro – Acarapis woodi. Um parasitologista inglês, duvidando da muito rápida expansão desta doença, que surgiu quase simultaneamente por toda a Europa, investigou-a novamente em 1950, com o auxilio de tecnologias mais modernas, encontrando nem mais nem menos que o vírus da paralisia crónica (CPV)…
    Em 1869 foi imputada responsabilidade à falta de pólen associada a um Verão anormalmente quente. Já em 1917, a culpa foi para a superabundância de pólen !
    Cento e cinquenta anos depois sabemos que pelo menos dez vírus diferentes afectam as abelhas.
    Os pesticidas parecem, cada vez com mais certezas, ter a sua parte de responsabilidade no problema. Foi já demonstrado que alguns deles têm capacidade de amplificação viral.
    Muitas hipóteses, das mais lógicas às mais inverosímeis são colocadas mas, nenhuma etiologia segura é ainda avançada. É certo que o varroa introduziu novas variáveis na equação, que há cento e cinquenta anos não existiam. Há uma alteração drástica na forma de transmissão dos vírus entre as abelhas, assim como uma quebra do sistema imunitário mas… não estaremos perante “velhas doenças, causas novas” ???
    Abelhasah.

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